Época de chuvas: HEF alerta para prevenção contra a dengue
Aumento de 31% nos casos de dengue, em outubro, alerta sobre a importância das medidas preventivas e atenção aos sintomas para reduzir os impactos da doença.
Com o início do período chuvoso, o Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do governo de Goiás, reforça a importância da prevenção contra a dengue. A doença, impulsionada pelo acúmulo de água parada, encontra ambiente propício nesta época para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Somente em 2024, o HEF já registrou 5.879 atendimentos relacionados à dengue, de janeiro a outubro, com um pico de 1.482 casos em abril. Com o retorno das chuvas em outubro, a unidade registrou um aumento de 31% nos casos de dengue em relação a setembro, evidenciando a necessidade de intensificar as medidas preventivas.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, comum em áreas tropicais e subtropicais. Seus sintomas incluem febre alta, dores musculares, dor de cabeça e erupções na pele. Nos casos mais graves, a dengue pode evoluir para a forma grave, com risco de hemorragias, choque e comprometimento de órgãos. Os riscos para a saúde aumentam em situações de reinfecção, o que pode levar a complicações severas e, em casos extremos, ao óbito. A prevenção, por meio do controle do mosquito transmissor e da adoção de cuidados individuais, é essencial para frear a propagação da doença e reduzir seus impactos.
Para Karolina Reis, coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), pequenas atitudes diárias podem fazer uma grande diferença na prevenção da dengue. “O primeiro passo deve ser dado em casa, eliminando recipientes com água acumulada, mantendo as calhas limpas, tampando caixas d’água e retirando pratinhos de plantas ou pneus expostos, além de sempre ficar atento a objetos descartados que possam acumular água. Esse é um desafio constante devido à capacidade dos ovos do mosquito transmissor de sobreviver por até um ano. A temporada de chuvas intensifica os focos, exigindo cuidados redobrados. Realizar as medidas preventivas, saber identificar os sintomas e procurar atendimento médico ao observar qualquer um deles é essencial para reduzir o impacto da doença,” afirma ela.
Riscos e cautelas com a dengue
Em casos de suspeita de dengue ou sintomas semelhantes, é fundamental buscar orientação médica, pois o profissional de saúde poderá indicar o tratamento adequado para aliviar os sintomas sem comprometer a saúde do paciente. Pessoas com doenças crônicas, gestantes, idosos e crianças são especialmente vulneráveis aos impactos da dengue, exigindo maior atenção na prevenção e no monitoramento dos sintomas.
A hidratação desempenha um papel essencial no tratamento, ajudando a aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. Durante a infecção pelo vírus da dengue, a febre e outros sintomas podem levar à desidratação, aumentando o risco de complicações. Manter-se bem hidratado auxilia a repor a perda de líquidos causada pela febre e por possíveis vômitos, contribuindo para estabilizar a pressão arterial e evitar complicações mais graves, como o choque.
Vale lembrar que o uso de qualquer medicamento sem prescrição médica deve ser evitado, especialmente nos casos de dengue. A automedicação pode ser perigosa, principalmente com medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, que podem aumentar o risco de sangramentos – uma complicação séria da dengue.
É essencial estar atento aos sintomas da dengue e buscar ajuda médica. “Entre as principais características estão a febre alta, que dura de 3 a 7 dias, com a fase mais crítica entre o terceiro e o quinto dia, quando a febre diminui. Sinais de alarme, como dor abdominal, náuseas e vômitos, indicam gravidade e exigem atendimento imediato. O tratamento foca no alívio dos sintomas, com ênfase na fase crítica. A hidratação adequada, com ingestão de líquidos e, quando necessário, administração intravenosa sob supervisão médica, é essencial para uma recuperação eficaz e para reduzir os riscos da doença,” explica a coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HEF.