HCN: Doenças e cuidados com a saúde no período de chuvas intensas

Médica infectologista da unidade traz informações sobre doenças mais comuns nessa época e reforça a importância da vacinação
Como todo início de ano, Goiás passa por um período com maior índice de chuvas e aumento do clima quente. Entre os meses de janeiro e maio, devido à alta umidade, áreas com enchentes e formação de lama, o ambiente se torna mais propício para o surgimento de algumas doenças e ocorre maior proliferação de seus vetores.
Por conta disso, o Hospital Estadual do Centro-Norte goiano (HCN), unidade do governo de Goiás em Uruaçu, traz algumas orientações para a população e ressalta alguns cuidados durante o período de chuvas intensas. Entre os perigos decorrentes desse período, estão a possibilidade de contaminação de alimentos e água para consumo humano e o aumento de casos de doenças como tétano, hepatite A, diarreia, infecções como a leptospirose, febre amarela, dengue e viroses.
A médica infectologista do HCN, Dra. Nívia Ferreira, reforça que, recentemente, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para o aumento de casos de febre amarela em 4 estados do país durante essa época chuvosa. “Pessoas que moram em zonas rurais têm um risco um pouco maior de contrair a zoonose. Contudo, ela é uma doença prevenível e já existe a vacina para prevenir a contaminação”, destaca a médica.
Os casos de chikungunya, zika e dengue também tendem a aumentar, por conta da maior incidência de locais com água parada, facilitando a proliferação do vetor dessas doenças, o Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a febre amarela em zonas urbanas.
Água e alimentos contaminados
Águas de enchentes aumentam o risco de doenças, podendo causar contaminação nos sistemas de abastecimento de água, exigindo cuidado redobrado da população. Ao atravessar uma área alagada, há o risco de contrair tétano, uma doença grave que possui vacina e é causada por uma bactéria que pode estar presente em objetos cortantes de metal, madeira, vidro ou até no solo, em pedaços de galhos, espinhos, etc.
O contato com água potencialmente contaminada também pode facilitar a transmissão de doenças como a leptospirose, que não possui vacina e é causada por uma bactéria presente na urina de roedores e de outros animais contaminados. Em 2024, Goiás registrou 28 casos de leptospirose, com dois óbitos.
Além disso, doenças como Hepatite A, que possui vacina, e diarreia são normalmente transmitidas por meio de alimentos mal lavados ou água contaminada, por isso é importante prestarmos atenção na higienização do que ingerimos. Alimentos que tiveram contato com a água de enchentes, inundações, alagamentos e lama devem ser descartados. Em caso de sintomas como diarreia, vômitos, febre e dor abdominal, é preciso buscar atendimento médico.
Segundo a subsecretária de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, “além do cuidado dos gestores, a população também deve buscar canais de informação oficiais e orientações sobre as chuvas e os cuidados com doenças e vacinas, para passarmos por esse período da melhor forma possível”, conclui.
É importante estarmos atentos também às formas de prevenção, que podem minimizar as probabilidades de contaminação dessas doenças, e evitar passar desprotegidos por enchentes e poças de água que podem estar contaminadas. Em casos de qualquer tipo de sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde imediatamente para receber o tratamento adequado e, na maioria dos casos, conferir se a sua vacinação está em dias.
Assessoria do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano