Julho Amarelo: prevenção e cuidado contra hepatites virais

Hospitais administrados pelo IMED realizaram ações de conscientização para colaboradores e pacientes

Hospitais administrados pelo IMED realizaram ações de conscientização para colaboradores e pacientes

Com cerca de 780 mil casos confirmados de 2000 a 2023 no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites virais são doenças silenciosas que muitas vezes levam a casos graves, como cirrose hepática e câncer de fígado. Como meta principal, a Organização Mundial da Saúde ( OMS) pretende diagnosticar 90% das pessoas infectadas e reduzir em 65% a mortalidade até 2030.

Tipos de hepatites

Os registros mais comuns são causados pelos vírus A, B e C, afetando pessoas em todas as regiões do país. Com menor frequência, mas com a mesma gravidade, o vírus da Hepatite D, costumeiramente encontrado no Norte do país, e o vírus da Hepatite E, comum na África e na Ásia, também estão entre as infecções que podem levar a complicações caso não haja um diagnóstico precoce.

“A Hepatite A  é transmitida por via fecal oral, sendo mais comum de ocorrer no início da vida. Já as Hepatites B e C têm suas transmissões por via parenteral: relações sexuais, compartilhamento de agulhas e objetos pessoais”, explica Taiguara Fraga, médico infectologista do HETRIN.

Caso não tratadas, as infecções causadas pelos vírus da hepatite podem comprometer o fígado, causando fibrose avançada e cirrose, podendo evoluir para câncer e necessitar de transplante do órgão.

Sintomas e prevenção

Entre os sintomas causados pelas hepatites virais estão cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Para diagnóstico, o SUS disponibiliza meios que facilitam a confirmação da infecção e o tipo de hepatite, através de exames de sangue, testes rápidos ou laboratoriais, que podem ser realizados em qualquer unidade básica de saúde.

A prevenção pode se dar pelas seguintes medidas:

Lavagem correta das mãos, alimentos e objetos utilizados nas refeições.

Evitar tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, enchentes ou esgotos.

Usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

Sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para início do tratamento, a dra. Nívia Ferreira, infectologista do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano ( HCN), esclarece que para evitar o agravamento da doença é de suma relevância identificar precocemente a infecção pelo vírus da Hepatite. “É importante procurar um médico se a pessoa se sentiu exposta ao vírus de alguma maneira, a fim de   fazer o teste e iniciar o tratamento o mais rápido possível”.

Tratamento

Oferecidos pelo SUS, os tratamentos das hepatites variam de acordo com a complexidade e o tipo. No caso da hepatite A, o repouso e cuidados com a dieta são os pontos de maior atenção e cuidado. Já com a hepatite C é necessária intervenção terapêutica por meio dos antivirais que, de acordo com o Ministério da Saúde, apresenta taxas de mais de 95% de cura.

” A hepatite C é a que temos um protocolo mais bem estabelecido. Quase todos os pacientes que têm contato com o vírus da hepatite C precisam passar por esse tratamento que dura cerca de 4 meses”, enfatiza Nathalia Bento, médica infectologista do Hospital estadual de Formosa (HEF).

Por outro lado, a hepatite B não possui cura, mas seu tratamento é importante para reduzir a evolução da doença e complicações futuras. “O Ministério da Saúde fornece a medicação gratuitamente, por isso é fundamental o diagnóstico logo cedo”, destaca Nívia Ferreira.

Julho Amarelo

Instituída pela Lei nº 13.802/2019, a campanha “Julho Amarelo” tem por finalidade reforçar, durante todo o mês, as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Nas unidades administradas pelo IMED, do dia 22 ao dia 28, palestras, atividades lúdicas e divulgação de informações foram realizadas para aumentar a conscientização e o cuidado com o paciente.

“O Julho Amarelo nos faz entender a importância da prevenção, não só entre os profissionais de saúde que aprendem cada vez mais sobre as hepatites, mas também para a população, que é beneficiada com acesso a mais informação de qualidade e novas orientações”, conta Carla Ribeiro, enfermeira NVEH ( Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar).

A campanha também destaca a importância do  engajamento da comunidade em relação à medidas preventivas que são essenciais para reduzir a incidência e o impacto das hepatites. A colaboração entre instituições de saúde e a população, assim, é vital para a construção de um futuro mais saudável e livre das complicações graves associadas às hepatites virais.

“É  fundamental a conscientização da população sobre essa doença que ainda é prevalente e que pode evoluir para algo mais grave. Quando o diagnóstico é feito, conseguimos evitar a evolução por meio de tratamento antivirais”, finaliza Taiguara Fraga.

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